Falar de TI é difícil. Fico sempre com a sensação que não serei justa o suficiente, nem contigo nem com o que sinto por ti.
Abro o livro de recordações, vejo-te desde sempre, já não consigo falar de mim sem falar de ti. Podia dizer que gosto de ti desde que apenas murmoravamos uns "olá, tudo bem", mas isso já tu sabes. Podia também falar do desencontro que tu dizes que não houve, ou das letras que trocamos em cartas agora guardadas como tesouros, mas já sabes que não o esqueço.
Podia contar do ínicio, um percurso, dois laços que não se desfazem por distâncias nem silêncios prolongados, mas vou antes dizer que gosto muito do teu jeito meigo e paciente, da melancolia que bate à porta de vez em quando, do teu gosto interminável por música, de discordar da qualidade daquele senhor que nós sabemos, de tomar o pequeno almoço na montalegrense às duas da tarde, que gozes comigo porque eu canto mal, de seres de esquerda e discutires política até ninguém te conseguir ouvir (ihihihi), de (ainda!) reclamares quando o Benfica perde e tantas outras coisas que me lembram de ti. Quase, quase que me revejo em ti.
Adivinho-te os medos e os segredos, só possível entre amigos cúmplices como somos, antecipo novidades radiantes e os dias de neura. Leal como poucos, trago-te sempre com os melhores dos teus sorrisos, o bom humor e a amizade inesgotável.
Não gosto de não estar aí, à distância de 5 minutos, pra estar sempre presente. Obrigada à Quel, obrigada à Gata na praia, obrigada à minha persuasão. :) Valeu a pena ser chata e insistente. A vida vale por a partilhar com pessoas como tu!
Da Tua Anita.